sábado, 9 de fevereiro de 2008

O cachorro e o coelho

Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelho para os filhos. Os filhos do outro vizinho, pediram um bichinho de estimação para o pai. O homem comprou um filhote de pastor alemão.

Conversa entre os dois vizinhos: - Mas ele vai comer o meu coelho! - De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, pegar amizade. Entendo de bicho. Não vai haver problemas.

E, parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e amigos se tornaram. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes com a harmonia entre os dois animais. Eis que o dono do coelho foi passar um final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho. Isso numa Sexta-feira. No Domingo, de tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de sangue e terra, morto. Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo. Dizia o homem: - O vizinho estava certo, e agora? A primeira reação foi agredir o cachorro, escorraçar o animal, para ver se ele aprendia um mínimo de civilidade. - Só podia dar nisso! Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. - E agora? Todos se olhavam. O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos. - Já pensaram como vão ficar as crianças? Não se sabe exatamente de quem foi a idéia, mas parecia infalível!- Vamos dar um banho no coelho, deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na casinha no seu quintal. Como o coelho não estava muito estraçalhado, assim o fizeram. Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um coelho dormindo. Logo depois ouvem a os vizinhos chegarem. Notam os gritos das crianças. Descobriram! Não passaram-se cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta... Branco, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma. - O que foi? Que cara é essa? - O coelho... o coelho... - O coelho o que? - O que tem o coelho? - Morreu! - Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem. - Morreu na sexta-feira! - Na sexta? Foi. Antes de a gente viajar, as crianças o enterraram no fundo do quintal e agora reapareceu!

A história termina aqui. O que aconteceu depois não importa. Nem ninguém sabe. Mas o grande personagem desta história é o cachorro. magine o pobrezinho, desde sexta-feira, procurando em vão pelo seu amigo de infância. Depois de muito farejar, descobre o corpo morto e enterrado. O que faz ele?Provavelmente com o coração partido, desenterra o amigo e vai mostrar para os seus donos, imaginando fazer ressuscitá-lo. O ser humano, continua julgando os outros pela aparência, mesmo que tenha que deixar esta aparência como melhor lhe convier. Outra lição que podemos tirar dessa história, é que o ser humano tem atendência de julgar antecipadamente os acontecimentos sem antes verificar o que ocorreu realmente. Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos da verdade? Vamos refletir sobre isso...

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